Em primeiro lugar devemos pensar em segurança, trabalho na área há vários anos tenho vários cursos e sempre tratei a eletricidade como “senhora”, nunca descuidei, por tanto, se fores trabalhar com ela, desligue o disjuntor. Por mais simples que seja o trabalho.
Outro ponto, não faça improvisações ou adaptações. Lembre-se que a sua vida não é adaptada ou improvisada.
Não tenho aqui a pretensão de ministrar um curso de eletricidade, apenas dar dicas para resolver pequenos problemas elétricos do dia a dia.
PRIMEIRA PARTE
Ferramentas mínimas indispensáveis:
- Alicate de cabo isolado:
- Chave de fenda ( existem uns conjuntos que acompanham várias ponteiras intercambiáveis);
- Chave philips ( é aquela chave que tem a ponta estriada), o conjunto acima pode ter também essas ponteiras, por tanto escolha um conjunto que tenha as duas modalidades.
- Chave de fenda teste ( essa chave serve para testar se o condutor está energisado ou não).
- Se estiveres “podendo”, adquira um multiteste tipo alicate, mas por favor, não de camelô, esses equipamentos não são caros e substituem as chaves teste e também podem medir a corrente e a tensão
( embaralhei a tua cabeça? Não se desespere já, explico tudo).
É essa
aí a criança chamada “multiteste tipo alicate”
Acompanha dois cabinhos que servem para ver se há tensão e qual é a tensão. O bico em forma de alicate serve para medir a corrente ( te confundi?). Já explico.
Existe uma confusão muito grande em relação à tensão e corrente, até entre pessoas que trabalham no ramo e que não tem muito conhecimento técnico na área.
Já deves ter ouvido dizer que na tua cidade a “corrente” é 110 volts ou 220 volts, não é mesmo? Pois está errado! O que é 110 volts ou 220 volts é a tensão.
Corrente aparece com a movimentação dos elétrons no condutor (fio), quando estamos com algum equipamento ligado, em volta do condutor se forma um campo elétrico magnético, que é medido com o alicate do multiteste, esse valor é chamado de corrente e é dito “amperes” ou “amperagem”. Esse valor é muito importante para a segurança e definição da instalação, tanto para condutores (fios) e componentes de segurança ( relés, disjuntores ,fuzíveis, etc).
SEGUNDA PARTE:
Numa instalação elétrica normal residencial monofásica chegam dois fios, o condutor fase e o condutor neutro.
É muito importante saber quem é quem quando formos instalar uma lâmpada, por exemplo, pois no interruptor (chave que liga e desliga a lâmpada), tem que chegar o condutor fase e, consequetemente, no soquete,(suporte da lâmpada) tem que ir o condutor neutro. Essa escolha você fará com a chave teste ou com o multiteste. Se usares a chave , quando encostares a ponta no condutor e acender o led, esse é o condutor fase. Claro se a rede estiver energizada . Mais uma vez aviso sobre a segurança. Não se baseie muito nas cores dos condutores. A única cor que é regulamentada é a cor verde que deve ser do condutor “terra” , mesmo assim, cuidado.
Ligação de uma lâmpada
Explicando o esquema acima, como disse, não se baseie em cores, nem sempre são essas. O importante saber identificar os condutores, observe que no interruptor está chegando um condutor diretamente da rede e ele é o fase, ele muda de nome quando sai do interruptor e vai à lâmpada, chamando-se de “retorno”. É muito importante que esse fio(condutor) vá ao parafuso do soquete(suporte) da lâmpada que fica no centro do mesmo, para fins de segurança. Se trocares vai funcionar da mesma forma, porém ficará sem a segurança devida.
E muito importante, fuja disso
Tipos de soquetes:
Observe que este modelo tem um parafuso na lateral, para colocar o fio neutro devemos observar se nesse parafuso é que está afixada a parte da rosca (parte maior) do soquete, o outro para fuso fixará o ponto central do soquete e nele, o fio fase.
Basicamente esses são os modelos mais usuais e todos observam o mesmo tipo de ligação. Basta olhar bem no centro e ver o ponto aonde a
lâmpada encostará com o ponto da solda da mesma, é nesse ponto que ficará o condutor fase( estou trocando constantemente o termo “fio” por “condutor” para irem se acostumando com os dois.
Repare que na foto acima temos o seguinte esquema:
- Fio vermelho “entrando” no interruptor e fio amarelo “saindo” e entrando no soquete da lâmpada;
- Fio azul chegando no soquete.( fio neutro )
Note que eu sinalisei com a chave a parte da lâmpada que está à descoberto, isso siginfica que se eu for substituir essa lâmpada, por estar queimada, e o fio azul for o fase e se eu encostar a mão na rosca da lâmpada, levarei uma descarga elétrica (choque elétrico), mesmo o interruptor estando desligado. Por isso a importância de se colocar o fio no local certo do soquete. O condutor fase sempre será o que vai ser colocado no para fuso central do soquete.
Obs.: O fio amarelo foi colocado para indicar que ele é o “retorno”. Se a sua instalação for correta isso será observado. Sempre.
REDE DE ENTRADA EM UMA INSTALAÇÃO BÁSICA NORMAL MONOFÁSICA ( 110v ou 220v).
entrada
saída
Na entrada estarão dois fios, um encapado e o outro, parecendo um cabo de aço. O encapado é o fio fase e o desencapado será o neutro.
Na saída sairão dois fios encapados após passarem pelo medidor ( também chamado de contador ou relógio).
TERCEIRA PARTE
É bem simples instalar ou fazer a manutenção em uma tomada.
Está lembrado da primeira dica?
Na nova norma agora as tomadas deverão ter tres pinos, ou seja, deverá ter aterramento ( o que será isso??).
Se fores manusear instalação antiga provavelmente não haverá aterramento.
Basta olhar para a tomada e ver se ela tem três furos.(pinos).
Na nova norma não basta ter tres pinos tem que ser como está definido.
Vamos ver alguns tipos de tomadas.
PADRONIZAÇÃO DE TOMADAS (NBR 14136)
O sistema antigo de tomadas será padronizado pelo modelo abaixo, para todos os novos projetos e instalações. Os equipamentos eletroeletrônicos deverão vir com os novos “plugues” com três pinos redondos.O pino central é para a colocação do aterramento.Nos novos projetos toda a instalação deverá ter aterramento, antigamente o aterramento só aparecia no projeto e não na situação real.
QUARTA PARTE:
ATERRAMENTO
Vamos aqui dar alguma explicação sobre aterramento, o assunto é bem amplo e complexo.
Se voce mora em casa será fácil instalar esse tipo de equipamento, porém se moras em apartamento, fica difícil, ainda mais se o prédio é antigo e não dispõe do sistema no quadro geral de abastecimento (QGBT).
A figura ao lado mostra um aterramento bem simples para ser usado em pequenos equipamentos e que serve bem a uma residência. É composto por uma haste de 2,0m de comprimento e de 5/8” de espessura, cobreada que é facilmente encontrada mas casas de ferragens.
Este é o mais simples sistema e atende bem a um chuveiro, uma máquina de lavar roupas, máquina de lavar louças ou refrigerador. Em fim equipamentos que estão em contato com água ou alguma umidade em uma residência unifamiliar. Caso o aterramento seja de caráter comercial ou industrial ou até mesmo em condomínios, o aterramento será mais amplo e complexo. Agora um conselho: Jamais utilize o condutor neutro para aterramento ou a tubulação de água ou conduítes. Não vá atraz dos “gambiarreiros de plantão”
QUINTA PARTE:
CHUVEIROS ELÉTRICOS E TORNEIRAS ELÉTRICAS:
É aqui que o bicho pega!
O aterramento neste setor é de muita importância, principalmente onde tem crianças e mulheres e que tem o risco de choques elétricos, ainda que de pequena magnitude, é que eles tem a pele muito sensível e é bem desconfortável ligar o chuveiro o sentir a manopla beliscar, principalmente se tem algum machucado nas mãos. O chuveiro elétrico é como se tivesse sobre as nossas cabeças uma cadeira elétrica esse tipo de equipamento já deveria fazer parte do esquecimento da população, porém como ainda é muito caro manter uma rede de gás, temos que conviver com esse estrupício arriscando as nossas vidas. Primeiro conselho: não adquira equipamentos metálicos, tanto chuveiros como torneiras elétricas. Já que vamos correr risco que ele seja o menor possível.
Instalando a criatura:
A figura ao lado mostra como
NÃO devemos instalar um chuveiro, veja como estão colocados os fios no equipamento!
Existem conectores de louça para afixar os fios corretamente.
Qual é o primeiro cuidado?
DESLIGAR O DISJUNTOR!!!!
O cara a
í ao lado chama-se “conector de porcelana ou de louça” e serve para fazer uma instalação decente do chuveiro. Ele tem três pinos um deles é para a colocação do condutor de aterramento. Imagine ele colocado lá em cima na instalação do chuveiro no lugar daquela maçaroca de fita( ECA!). Ele é muito barato (+- r$ 2,0) e é facilmente encontrado em qualquer ferragem do teu bairro.
Eu parto do princípio que a tua rede (instalação) elétrica esteja bem feita, que o condutor do chuveiro esteja bem dimensionado e que o equipamento tenha um circuito só para ele, ou seja, tenha um disjuntor que acione somente o chuveiro.
Por exemplo , um chuveiro de 4500 watts, que é o normal usual, deverá ter uma fiação com bitola mínima de 6,0 mm² e um disjuntor de 40 amperes, para uma rede de 127 volts. Isso é o mínimo que se deve saber.
É claro que em condições especiais de grandes comprimentos de rede isso mude um pouco, mas de uma forma geral é mais ou menos isso que acontece.
Caso isso não esteja acontecendo, tens problemas na mão, meu amigo! Na mão não, sobre a cabeça!!
Quando instalares o chuveiro, antes de ligar o disjuntor, faça que circule água nele, para enchê-lo e assim não queimá-lo.
Outra consideração que faço: Se observares que um fio está aquecendo, seja lá o equipamento que for, além de perigoso, você estará pagando por esse aquecimento. Nada é de graça, principalmente em energia.
ECONOMIA DE ENERGIA ELÉTRICA.
Vamos aliviar o bolso?
O cálculo da companhia de energia elétrica é baseado na média dos “picos” de consumo da rede.
Quando ligamos o chuveiro há um pico de consumo se ligarmos outro equipamento,esse pico vai aumentar e “puxar” a média toda para cima, por isso quando fores tomar banho, peça para a patroa não ligar o ferro elétrico e desligue o aparelho de ar condicionado. E como eu disse acima, verifique a instalação se não há aquecimento nos cabos.
OUTRAS DICAS:
COMO FAZER EMENDAS EM FIOS:
Às vezes precisamos emendar um fio, lembrando que essas emendas só podem ser feitas nos locais apropriados, como em caixas de passagens, nunca deverão ficar dentro de conduítes ou tubulações.
Tipos de emendas:
Emenda de bifurcação ou derivação.
a) Retirar cerca de 4,0 cm de isolamento do fio principal que se quer a emenda;
b) Remover aproximadamente 8,0 cm do segundo fio;
c) Colocar os dois fios formando um ângulo reto.
d) Enrolar o segundo fio em volta do principal, deixando as duas primeiras voltas mais abertas e as restantes mais unidas.
e)
Cobrir a emenda com fita isolante, começar a enrolar a fita no
segundo fio , cobri-lo totalmente,começar a cobrir um dos lados do fio principal, enrolar até chegar ao fio secundário, saltar sobre este e continuar a enrolar a fita no outro lado do fio principal. Tudo isso de uma só vez sem cortar a fita.
Emenda rabo de porco
a) Retirar cuidadosamente aproximadamente cinco centímetro do revestimento do condutor nas duas extremidades como mostra a figura
b) Cruzar os dois fios de modo que o ponto de intersecção fique 2,5 cm do elemento isolante formando entre si um ângulo de aproximadamente de 60
º c) Torcer os fios para enrolá-los uniformemente,um em volta do outro. Deixando cerca de 0,5 cm sem enrolar nas extremidades;
d) Cortar e acertar as extremidades com alicate;
e) Cobrir a emenda com fita isolante, começando em uma das extremidades e ir enrolando a fita em volta da emenda até que nenhum pedaço de metal do fio fique descoberto
Emenda “Western Union”
a) Remover cerca de 10 cm de isolamento na ponta de cada fio,
b) Cruzar os dois fios de modo que o ponto de intersecção fique a 2,5 cm do revestimento isoladore formando entre si um ângulo de 90º,
c) Fazer a emenda de acordo com a figura abaixo deixando duas voltas mais afastados do centro e depois fazer as outras mais unidas de ambos o0s lados.
d) Cobrir a emenda com fita isolante, começando a aplicar em um dos lados e ir enrolando a fita em volta até o outro lado, sem que nenhum pedaço do metal fique a amostra. Vale ressaltar que essas emendas são usadas tanto em circuitos de baixa como de alta tensão e qualquer tipo de fio
TIPOS DE LÂMPADAS MAIS USADAS
As lâmpadas mais econômicas são as fluorescente ou eletrônicas, porém essas não podem ser usadas com sistema de minuteiras ou com sensores de presença, nesses caso deve-se usar as incandescentes.
Fluorescente
também é econômica, porém precisa de instalação especial.
Incandescente é a menos economica e aquece mais.
COMPRE SEMPRE LÂMPADAS
DE MARCAS CONSAGRADAS ( OSRAN / PHILLIPS )